SÉRIE CROMÁTICOS
URBANOS
A minha produção artística se
origina no desenho. Diariamente eu esboço inúmeras possibilidades de
composições e configurações possíveis no papel. Essa mesma atitude é aplicada
na pintura, tendo em vista que o suporte é abordado como um espaço de ação que
age como uma espécie de imã do mundo mundano, acumulando informações visuais
cotidianas que se organizam no plano a partir do desenho.
O uso de diferentes suportes
(chapas de madeira, papelão, persianas e tecidos estampados, restos urbanos) e
a aplicação de materiais pictóricos pré-fabricados (papel contact, placas de
alumínio, etiquetas, adesivos, durex colorido, fita de delimitação, silvertape
e etc.) geram uma estrutura estética que investiga o espaço urbano de um modo
geral e dialoga com a situação geográfica do Rio de Janeiro, onde o espaço
urbano e natural se confundem e interferem um no outro. Logo em seguida, o
repertório visual adquirido no suporte plano passa a acontecer no próprio
espaço urbano.
Essa prática suscita questões
poéticas como o questionamento e o rompimento do código de apresentação da alta
cultura (uma vez que a maioria dos objetos são encontrados na rua, no lixo e
vagões de entulho e a obra em si remete à estética da sujidade), o
desordenamento do espaço urbano e a atitude indiferente dos seus habitantes e a
desmaterialização do objeto artístico, como efemeridade da própria vida.
Fabio Köhler
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